segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Fauna

Outro aspecto fascinante da chamada mata Amazônica como um todo é a sua fauna. A extensão, a diversidade floristica e a extrema complexidade ecológica das comunidades florestais hileianas obrigam-nos a ser seletivos.- Existem cerca de 3.000 espécies de peixes na Amazônia, que representa 85% da América do Sul e 15% das águas continentais. O INPA tem cadastro 40% desse total;- Estudos da pesca no Estado do Amazonas mostraram que apenas 36 espécies são exploradas, 90% da pesca é representado por 18 espécies, mas 61% é de 4 espécies: tambaqui (18%), Jaraqui (32%), Curimatã (11%) e pacus (5%);- As últimas estimativas são de que as florestas pluviais do mundo podem ter até 30 milhões de espécies de insetos;- Em uma única planta na Amazônia foram encontradas mais de 80 espécies de formigas, o que representa o dobro das espécies de formigas encontradas nas Ilhas Britânicas;- Os grandes insetos da Amazônia:* Maior besouro: 20cm* Maior mosca: 5cm* Maior percevejo: 10cm* Maior libélula: 15cm* Maior mariposa: 30cm* Maior cigarra: 9cm* Maior vespa: 7cmDos mamíferos amazônicos podem ser citados os corriqueiros marsupiais, como cuícas, jupatis e gambás ou mucuras (Monodelphis, Marmosa, Philander, Metachirops, Metachirus, Didclphis). Ao grupo cumpre integrar, também, a bela cuíca-d`água (Chironectes minimus), que alcança a parte meridional do território brasileiro.Morcegos várias (famílias Noctilionidae, Pliylostomidae, Vcspertilionidae, Molossidae), habitam as diversas comunidades faunísticos da Amazônia; mas limitemo-nos a exemplificar com poucas formas: o morcego branco (Diclidunis albus) e uma forma muito interessante, que dispõe de ventosas nas plantas dos pés (Thyroptera tricolor) e consegue pousar em posição erecta no interior das folhas ainda enroladas de musáceas (família da bananeira). Ambas aparecem também na mata atlântica.Os símios regionais são numerosos: há aí 14 dos 16 gêneros de primatas neotrópicos. No alto amazonas, vive o menor símio do mundo - o sagüi-leãozinho (Cebuella pygmacea). Lá também ocorrem espécies maiores, como barrigudos (Lagothriz), os coatás (Ateles) e os guaribas (Alouatta). A região da mata amazônica é, sabiamente, a mais rica floresta do mundo em primatas com numerosas formas endêmicas, com espécies de vários gêneros (Cebuella, Saguinus, Callimico, Saimiri, Pithecia, Chiropotes, Cacajao, Ateles, Lagothix).A adaptação à vida florestal se revela de modo patente em diversas espécies da fauna hileiana, como no cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus microtis), cânida amazônico raro e bem especializado para habitar florestas. Compartilha essa faculdade com o cachorrinho vinagre (Speolhos venaticus), forma também presente nos cerrados, juntamente com outros predadores de táxons diversos no controle das populações de muitos animais. Dessas outras formas predadoras citem-se os coatis (Nasua), os juparás (Potos), os furões (Galictis) e vários felinos. Muito raro é um pequeno furão (Mustela frenata), mustelídeo agílimo. Diversos gatos - do mato, a jaguatirica a suçuarana e o jaguar são felinos tão escassos em outros lugares que só podem ser observados mais facilmente hoje em dia na hiléia.Tamanduás, preguiças e tatus também ocorrem na mata amazônica, apesar de apenas o tamanduaí (Cyclops didactylus) e a preguiça real (Choloepus didactylus) poderem ser considerados endemismos tipicamente amazônicos. O primeiro, porém, aparece, surpreendentemente, em formações de feição quase amazônica na mata atlântica alagoana. Alias, bom número de formas amazônicas - tanto plantas quanto animais - têm representantes na mata atlântica nordestina.Dos roedores, há numerosas espécies de pequenos ratos, mas são endemismos notáveis a pacarana (Dinomys branickii) e os coatipurus, esquilos abarcados em vários gêneros (Siurus, Sciurillus e Microsciurus). Algumas dessas formas são diminutas, mas o coatipuru-vermelho (Sciurus pyrrhonotus), que habita o vale do rio Madeira, é bem maior que o caxinguelê do sudoeste brasileiro. Algumas cotias, notadamente a cotia-preta (Dasyprocta fuliginosa), são típicas das comunidades florestais hileianas.Alguns cervídeos, em especial um veado - galheiro (Odocoileus virgianuis), habitam formações situadas ao norte da margem esquerda do amazonas, com pelo menos mais duas espécies pertencentes a outro gênero (Mazama), os veados - mateiros e os veados - catingueiros. O tapir é aqui citado porque, nos dias atuais, a Amazônia detém a maior população deste perissodátilo, que no passado abrangia praticamente todo o país.São muito comuns, na área considerada, os porcos - do mato, queixadas (Tayassu pecari) e caititus (T. tajacu).Os mamíferos aquáticos têm grande importância na estrutura ecológica do vasto sistema fluvial da Amazônia. São os peixes - bois (Trichechus inunguis), os botos vermelhos (Inia geoffrensis), os botos tucuxis (Sotalia fluviatilis), as lontras (Lutra longicaudis) e as ariranhas (Pteimwra biasiliensis), sendo as três primeiras espécies endêmicas do ecossistema amazônico. A avifauna da mata amazônica é extraordináriamente pelo número de espécies e subespécies, que ocupam nichos ecológicos de notável diversidade: vão desde funções polinizadoras, com diminutos beija-flores (dos quais devem ser destacadas duas magníficas espécies (Topaza), até os poderosíssimo uiraçu (Harpia harpyja), a mais possante ave de rapina. Diversos tinamídeos endêmicos, além de outros táxons florestais, ocorrem nesse rico ecossistema de floresta pluvial. Os falconiformes, por exemplo, estão representados por vinte espécies, pelo menos, incluindo alguma muito escassas (Morphnus guianensis por exemplo).Há na mata amazônica certo endemismo de grande importância para o estudo da evolução das aves - as ciganas (Opisthocomus hoazin) - espécie que habita os aningais, situados entre os caudais potâmicos e a mata ripária, onde se nutre das folhas e frutas da grande arácea.Próprios do ecossistema são os jacamins (Psophia) e formas regionais de cracídeos (aves galináceas neotropicais), notadamente o urumutum (Nothocrax), mutuns (Crax e Mitu), jacus (Penelope) e araçás (Ortalis). Inesquecíveis para quem teve a oportunidade de vê-los no seu próprio habitat são as araras-vermelhas (Ara macau) endêmica que aprecia sementes do castanheiro-do-Pará (Bertholetia excelsa), o anacã (Deroptyus acciputrinus) a guaruba (Aratinga guaruba), uma bela jandaia amazônica e diversas outras, das quais uma (P. rhodogaster) é destaque indiscutível, além de outras araras, ariranhas, papagaios, periquitos e tuins, todos abundantes naquelas matas ainda pouco estudadas. Pelo brilho invulgar da plumagem, merecem ser citados os trogonídeos, como o surucuá-açu aparentado com o quetzal, ave símbolo da Guatemala.Muitas outras aves, em especial passeriformes (como, por exemplo, o tropeiro de voz característica), são espécies próprias da mata amazônica e de formações similares no sudeste brasileiro - Bahia e Espírito Santo. Com o anambé-preto (Cephalopterus), o galo-da-serra (Rupicola rupicola) e outros cotingídeos belíssimos, muitas aves constituem espécies endêmicas notáveis da floresta equatorial amazônica.A fauna herpetológica hileiana é variadíssima. Nela abundam lagartos, calangos, serpentes, jabutis, cágados e tartarugas (Podocnemis expansa). Endemismos notáveis da Amazônia são os lagartos jacareranas (Crocodilurus lacertinus) e os jucuruxis (Dracaena gutanensis).. Há aí ofídios de grande porte, como a sucuri (Eunectes), jibóias e formas peçonhentas, como surucucu (Lachesis muta), diversas jararacas, principalmente uma (Bothrops atrox), além de certa espécie muito grande de cobra coral (Micrurus surinamensis). Há uma bela jibóia verde (Boa canina) e uma outra furta-cor (Epicrates), além de variadas outras formas de ofídios.É também grande o número de sapos, rãs, pererecas no ecossistema em causa, que se nutrem do imenso acervo de invertebrados dos mais diversos táxons, em especial da entomofauna. Dos sapos, cabe citar a intanha (Ceratophyrys) e, pelo menos um pequenino sapo (Dendrobates) utilizado por certas tribos indígenas no preparo de veneno para suas flechas.

Fonte:http://www.portalbiologia.com.br/biologia/principal/conteudo.asp?id=1463

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